domingo, 11 de setembro de 2011
sexta-feira, 9 de setembro de 2011
A Primeira vez na seleção Brasileira!
Uma das propagandas mais lindas que vi e guardei, como muitos, é de 1987 e falava do sutiã que a adolescente ganhava de presente e dizia o primeiro sutiã ninguém esquece. Ocorreu-me isso para falar da convocação do técnico Mano Menezes para o jogo de Córdoba com a Argentina dia 14 de setembro no Clássico das Américas. A volta em Belém dia 28.
A emoção dos jogadores convocados pela primeira vez lembrou-me a propaganda do sutiã. Primeiro você muda de classe, passa ser jogador de Seleção Brasileira, segundo, para muito primeiro, é uma conquista pessoal sua, nem que seja para ficar no banco de reservas, mas para ter aquela camisa, transforma-la em um quadro depois de autografada por todos daquele jogo do Brasil. Não tem preço e nada substitui. Pergunte para quem já foi lá.
Emocionei-me com depoimentos de diversos jogadores, como também foi a emoção de Leandro Damião ao marcar pelo Brasil contra Gana, amistoso para muitos sem propósito, porém para Damião foi mais que especial e pode marca-lo na Seleção como novo goleador. Ai quem paga o pato é o Alexandre do Milan.
A emoção narrada por Renato Abreu, 33 anos, que vestirá pela primeira vez a "amarelinha" reflete a realidade de todos os jogadores. Aos setoristas do Flamengo revelou que leu no site da CBF umas 35 vezes a convocação para se acostumar com a idéia. Aliás, justa convocação. Renato sabe que não é para Copa 2014, mas para agora, contra Argentina.
O lateral esquerdo Cortez do Botafogo que no ano passado estava no Quissamã do interior do estado do Rio de Janeiro, veio, viu e venceu em pouco tempo a desconfiança de muitos e também ouvirá das arquibancadas a torcida alvinegra gritar ão ão ão Cortez é Seleção. Ele chorou ao saber da convocação.
No Vasco da Gama, o jovem Rômulo, vindo ano passado do Piauí foi outro que revelou ter sentido a ficha cair quando em São Januário Felipe, Juninho Pernambucano e Diego Souza, jogadores consagrados, vieram cumprimenta-lo pela convocação. Também merece pelo bom futebol que vem apresentando.
Na era Falcão como treinador do Brasil o lateral do Bragantino Gil Baiano revelou logo nas primeiras convocações que a vida dele havia mudado em casa depois de vestir a camisa da Seleção. A esposa só queria almoçar e jantar em churrascaria, afinal de contas, Gil Baiano era da Seleção Brasileira. E tantas outras histórias serão lembradas.
Lógico que é importante vestir a camisa e jogar pelo Brasil. Mas, existem muitos jornalistas que insistem em tirar essa importância tentando quebrar o encanto de muitos. Alguns nunca acompanharam a Seleção mundo afora e não experimentaram a emoção na hora do Hino Nacional. Outros, pelo simples prazer de falar mal de alguma coisa. Faz parte.
O atacante Eder Luiz do Vasco da Gama na entrevista coletiva de terça-feira 6 de setembro, meteu o dedo nessa ferida e ressaltou como é importante estar e jogar pelo Brasil. Concordo.
O imortal Nelson Rodrigues foi um dos maiores defensores da nossa Seleção, criando a famosa frase "a pátria de chuteiras". Também gosto desse clima de brasilidade que a Seleção transpira diariamente, com ou sem copa do mundo acontecendo. É diferente e o mundo respeita o Brasil.
Claro que nos estádios são públicos distintos, os dos clubes e o de seleção. Gosto dos dois e participo deles também. Precisamos resgatar o amor pelo "verde-amarelo"como diz o velho lobo Zagallo.
As críticas ao trabalho de Mano Menezes, dizer que ainda não temos uma seleção formada é a nossa realidade que vai se encaixando naturalmente. Pergunte aos mais velhos, o time Tri-campeão do Mundo viajou vaiado para o México em l970 depois de perder 2x1 para Atlético MG e empatar com o Bangu, em jogos preparatórios, para depois voltar nos braços de 90 milhões de brasileiros em ação naquela copa memorável.
Desconfiar dos convocados faz parte. A emoção de cada um que chega é para renovar a esperança de que agora veio o cara certo. Ainda bem que o Mano Menezes só tem dois ouvidos. E nem precisa de mais.