segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Entrevista com Wilson Gottardo!

Olá Wilson Gottardo, é uma prazer para o nosso blog está lhe entrevistando!












Fale um pouco da sua carreira, e as dificuldades que enfrentou na carreira!

Família classe média, meu pai faleceu quando tinha 13 anos... As coisas ficaram difíceis!! Lembro de muita gente no enterro, ele era querido.

Minha mãe administrando a criançada, Eram seis crianças, duas mulheres e quatro homens. Tínhamos um bar e armazém, trabalhei vários anos ali. Estudava pela manhã e a tarde trabalhava quando não tinha educação física no colégio (queria todo dia haha).

Anos passando e minha mãe disse assim: Quer ser jogador? Respondi sim. Ela disse: então vai em busca...

Você começou sua carreira no União Barbarense, time da sua cidade natal e em seguida se transferiu para o Guarani de campinas, como você viu à oportunidade de está jogando no Guarani? E Como você avalia sua passagem pelo Guarani?

Jogava no futebol amador da cidade, fui convidado pelo roupeiro pra fazer teste aos 15 anos no União. Aos 17 já fazia parte do profissional e aos 18 fui titular. Fui levado pelo dirigente do clube pra fazer um teste no profissional do Guarani no início de 82, passei, mas só concretizou a transferência no final do ano durante o campeonato paulista. Fui como parte de pagamento de um dos jogadores mais técnico que vi Gersinho.

Depois de quatro anos no Guarani você se transferiu para o Náutico, você acha que foi bom para sua carreira se transferir para o Náutico, que não é um time grande como o Guarani?

Sim, contrato de 4 meses, para disputar o brasileiro, cumpri 3 e retornei. Devido minha posição de capitão no Guarani, havia algumas divergências com o presidente, faltaram habilidades para ambos os lados. Mas eu tinha 22 anos, era muito novo e naquela época eram outros valores... Hoje nos falamos numa boa, e rimos!!

Depois foi negociado com o Botafogo, clube que você mais jogou?

Sim, total de 346 partidas. Existia a antiga lei do passe que prendia os atletas mesmo ao término do contrato e permanecia no clube sem vencimentos e às vezes treinava separado (absurdo). Fiquei assim mais alguns meses até surgir o Botafogo.

Na sua primeira passagem pelo Botafogo você ficou três temporadas no clube, e ganhou dois titulo, como você avalia esses três anos jogando no Botafogo?

Ganhamos dois títulos estadual, dois torneios um na Espanha contra Barcelona e outro o México contra Los Leones Negros. Foi superação a cada ano, além do profissionalismo e muito crescimento.

Fazendo dupla com Mauro Galvão, você fez parte da lendária equipe Alvi-Negra, que pôs fim a um jejum de 21 anos sem titulo, na conquista do Campeonato carioca 1989, esse título teve um sabor especial?

Foi muito especial, éramos humilhados pelas outras torcidas, ao ponto de que cada ano cantava parabéns por passar em branco nos campeonatos, assumi uma herança de outras gerações, o clube não tinha estrutura básica...

Me lembro daquela 4a feira a noite, o país torcia por nós, foi muito emocionante!!

Nosso grupo era do mais alto grau de profissionalismo como nunca vi igual.

Em 1991 você trocou o Botafogo pelo Flamengo, você acha que a torcida botafoguense ficou muito chateado com você?

Minha relação com a torcida era muito boa, penso que seria natural ficar chateada com minha saída.

Mas houve um jornalista que canalizou para o mal toda essa operação, e faltou respeito da parte de um integrante da diretoria do Flamengo. Isso gerou muitas discussões públicas, um desconforto para mim e para o Sr. Emil Pinheiro o então diretor do Botafogo. Depois o tempo revelou tudo, e ficou as claras. Mas como a maioria das torcidas é movida por paixão, só foi superado realmente quando retornei (caso único na história) e fui campeão. hahaha

Em 1992 o destino quis que você e o Botafogo se encontrassem novamente e desta vez em uma final de Campeonato Brasileiro, Na ocasião o Flamengo, o clube que você defendia saiu campeão. Como foi para você ser campeão Brasileiro em cima do Botafogo, time que no qual os torcedores tem um carinho enorme com você?

Como minha saída foi traumática, fiquei muito magoado, minha família foi afetada ao ponto da minha avó ser hospitalizada. O resto deixo a sua imaginação para tentar chegar perto dos meus sentimentos naqueles jogos finais.

Joguei com 38 graus de febre no 2o jogo!

Voltando a equipe do Botafogo em 1994 e em 1995 trabalhou com o técnico Paulo Autuori. Ai você voltou a conquistar o campeonato brasileiro, agora pelo Botafogo. Como foi? E como foi conquistar o campeonato Brasileiro pelo Botafogo três anos depois de ganhar um Brasileiro em cima do Botafogo?

Minha volta foi num momento de transição e problemas na administração do clube. Naquele ano foi um resgate de uma história vencedora de um atleta com identificação com a torcida. Era como um pára-raio, tudo praticamente passava por mim, obviamente "as buchas" (rs)

Em 1995 fui pro S. Paulo, contrato de empréstimo de 4 meses, só pra disputar uma fase do paulistão e retornei ao Botafogo. Conhecia o Paulo do Clube Marítimo de Portugal, trabalhamos juntos.

Fui consultado pela diretoria sobre o Paulo, o tenho como um dos melhores técnico de futebol. Sinal verde.

Antes de sair do S. Paulo, disse a alguns atletas que o Botafogo ao concluir as contratações dele, Donizete e Gonçalves o Botafogo brigaria pelo título... Boca santa!

Pra ser campeão brasileiro, não é de qualquer forma, foi o mais difícil de todas as conquistas. Foi um "pagamento" a torcida alvinegra! :)

Em 1997, você assinou com o Cruzeiro, qual foi sua primeira sensação de está vindo para a equipe celeste?

Primeira sensação é de saber da grandeza do clube e fazer parte da sua história...

Saí de um grande clube, Fluminense, naquele ano disputaria a 2ª divisão. Minha estréia pelo Flu foi contra o Cruzeiro no estádio independência. Acho que vencemos rsrs.

Depois de algumas semanas o Cruzeiro iniciou o processo da minha contratação...

Na Libertadores de 1997 o Cruzeiro começou perdendo os três jogos e todos já não acredita na classificação do Cruzeiro. Como foi para vocês ter perdido as três primeiras partidas da Libertadores, já estavam pensando que o sonho do titulo tinha acabado aquele momento?

Entrei na 2ª fase. Mas acompanhei tudo de perto, nunca houve clima de derrota!

Já na segunda chave, no mata mata, o Cruzeiro enfrentou o El Nacional e eliminou o time equatoriano nos pênaltis, e nas quartas de finais eliminando o grêmio. Quando o Cruzeiro

Eliminar o Grêmio foi a segunda maior alegria. Era quase que insuportável a prepotência dos gaúchos, principalmente do médico que não me lembro o nome. Sempre pensei em conquistas, é o 1º passo pra tal.

Nas semifinais o Cruzeiro volta a eliminar um time nos pênaltis, e assim chegando a final da Copa Libertadores. Jogando contra o Sporting Cristal em Lima(Peru) a equipe Cruzeirense veio a BH precisando de uma vitória simples. Mas conta para nós, como foi o jogo em Lima(peru) foi uma verdadeira guerra?

Clima de decisão a todo instante, equipe muito determinada e acreditando na conquista. Fizemos o Cristal desistir da vitória!

Segundo jogo em casa, Mineirão lotado, torcida fazendo a festa, mais o jogo era muito complicado, e se não me engano aos 28 minutos o Sporting Cristal teve uma oportunidade de gol claro, e o Dida fez a defesa do “titulo”, e logo em seguida o Cruzeiro consegue um escanteio, Palhinha cruza, a gaza afasta a bola sobra para Elivélton que bate forte e rasteiro, a bola vai morrer no cantinho, e a torcida explode de alegria. Como foi esse momento para você? O que passou na sua cabeça?

A defesa do Dida foi em uma falta bem cobrada seguida de um rebote que ele fez a 2ª defesa, eu estava na barreira. O Jogo estava um pouco tenso, mas sobre controle! Queria vencer por mais de um gol...

Você ficou muito frustrado por não disputar o Mundial Interclube, pelo Cruzeiro? O que você achou do Cruzeiro ter contratado vários ‘’Estrelinhas’’ para o único jogo contra o Borrusia Dortmund?

Minha maior frustração no futebol, no meu ponto de vista não houve boa fé do técnico. Nelson. Falei com ele depois disso, mas não assumiu a decisão!

O Cruzeiro queria o título, buscou alternativas!

PS. Julio César (melhor em campo nesse jogo) zagueiro do Borussia é meu amigo, perguntou por mim... Ficou indignado quando soube da situação, fez um pedido especial pra sua equipe pedindo a vitória!

Qual é o sentimento de ser campeão da Copa Libertadores da América?

Eu tenho em minha alma a alegria e lembrança dessa grande conquista. Que venha o TRI.

Em 1999 você se transferiu para o Sport conquistando seu campeonato Pernambucano e encerrando sua carreira de jogador de futebol. Como foi ser campeão pelo sport? Como foi encerrar sua carreira no Sport? Era o time que você realmente pretendia encerrar a carreira?

Sempre busquei conquistar títulos, fiquei muito feliz com mais uma conquista. Mas não esperava encerrar a carreira no ano seguinte, mesmo treinando no Guarani de Campinas!

Você defendeu a seleção por cinco jogos, qual a emoção de defender a seleção Brasileira?

Foi um privilégio defender a seleção, mesmo que poucos jogos.

Experiência que não se estendeu para uma copa, infelizmente.

Faltou-me um pouco de individualidade, desfoque de mim e busquei muito no coletivo. Não basta ser jogador de Seleção, necessita de um bom marketing!

Lembro-me que no ano de 1998, um dos melhores anos da minha vida profissional, foi cogitada minha convocação pra copa na França... Fui informado que o Dr. Lídio Toledo (médico da seleção.) ligou para o Dr. Ronaldo Nazaré para saber minhas condições.

Acabou com a convocação do então zagueiro André Cruz, recém saído de uma cirurgia lombar!

Você fez um estágio por um tempo com o treinador Adilson Batista, como você acha a filosofia de trabalho dele? Aprendeu muito com ele?

Treinador moderno e trabalhador... Contribuiu muito para mim!

No Dia 21 de dezembro de 2010, você anunciava que iria voltar a campo, mais não como jogador, e sim como Treinador! Como veio o convite de ser técnico por parte do Vila Nova? Ficou com “medo” de assumir a equipe, ou era só mais um desafio na sua carreira? Qual foi sua maior dificuldade para treinar a equipe do Leão do Bomfim?

O que é normal em qualquer clube pequeno: Falta de estrutura, a necessidade de ampliar os horizontes, principalmente a mentalidade de time pequeno que contamina vários departamentos...

Buscar o "gostinho" da vitória pra assumir posição de destaque!!

Deixa uma mensagem para os leitores do blog!

Obrigado pelo carinho que recebo da grande torcida do Cruzeiro, um dia estarei mais próximo!!

Foi um prazer para o @Blog_MundoAzul ter lhe entrevistado!


2 comentários:

@detetiveazul disse...

JOGAVA MUITO!
Um dia queria ver ele de técnico aqui!

@LuizGustavoCEC disse...

Todos queremos!

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