quinta-feira, 9 de junho de 2011

Você Sabia?

A partir de hoje o Blog Mundo Azul semanalmente vai trazer curiosidades e fatos da história do CRUZEIRO ESPORTE CLUBE.

Começamos hoje com o dia em que Garrincha jogou 
pelo Cruzeiro.



O acaso e a falta de vontade dos dirigentes do Democrata de Governador Valadares proporcionaram ao Cruzeiro um momento histórico, em 30 de janeiro de 1973: contar em seu ataque, por um jogo, com o bicampeão mundial Garrincha, um dos maiores jogadores da história do futebol. O Anjo das Pernas Tortas, já sem brilho, embora insistisse em permanecer em campo, estava de passagem pela cidade, depois de ter participado, em Jequitinhonha, do amistoso de inauguração do estádio local. E foi oferecido ao clube valadarense, para fazer um jogo contra o misto celeste, por CR$ 200 (duzentos cruzeiros), nas comemorações do 35º aniversário de emancipação política do município. 

“O Aílton Dias, radialista e empresário do Garrincha, disse que um diretor lhe respondeu que, para vestir a camisa do Democrata, o ex-jogador teria de pagar ao clube, e não o clube a ele. Então, o Benecy Queiroz, técnico do misto do Cruzeiro (o treinador principal era Ílton Chaves), que estava concentrado para o jogo. Foi explicado a situação e, do hotel, ligaram para o Carmine Furletti (vice-presidente celeste). Ele topou na hora, afirmando que seria uma honra o Garrincha jogar pelo Cruzeiro. E não se discutiu dinheiro”, recorda o administrador de empresas aposentado Ubiracy Conceição de Brito, que acompanhou o ídolo por quatro dias na região. 

Segundo ele, o acordo foi feito às 22h, na véspera do jogo. Por anúncios numa emissora de rádio e carros de som, a população foi avisada da novidade. Entendendo que a desfeita do Democrata merecia troco, Brito convenceu um comerciante a abrir sua loja em pleno feriado, conseguiu uma camisa da Seleção Brasileira e orientou Garrincha a entrar no gramado com ela, tendo por baixo a do Cruzeiro. Pouco antes da partida, o ilustre convidado tirou a camisa amarela e deu-a a Luís Alves Lopes, o Luisinho, capitão da Pantera. 
Foi muito ruim fomos vaiados pela nossa própria torcida. Foi um ato de desagravo e, de certa forma, a gente entende. De qualquer forma, foi gratificante jogar com o Garrincha”, lembra Luisinho, hoje advogado e professor da Faculdade de Direito do Vale do Rio Doce. “Comprei a camisa com esse objetivo. Fiquei com raiva da atitude do Democrata. Dito e feito. Fizemos o negócio e eles entenderam o recado”, conta Brito, atualmente conselheiro do clube. 

Com o “reforço” em campo no primeiro tempo, o Cruzeiro venceu por 3 a 0. O público não foi divulgado, mas a renda ultrapassou CR$ 15 mil. “A presença do Garrincha encheu o estádio”, rememora Luisinho. Aplaudido, Mané teve participação no primeiro gol, ao cruzar da direita para a conclusão de Aender . Evaldo, que lutava para voltar ao futebol, após ter fraturado a perna em 1971, acabaria marcando os demais gols.


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